VACINAÇÃO EM ANIMAIS JOVENS
Uma vez que os anticorpos maternos inibem a síntese de imunoglobulinas neonatais, eles impedem o sucesso da vacinação em animais jovens. Essa inibição pode persistir por muitos meses, e sua duração depende da quantidade de anticorpos transferidos e da meia-vida das imunoglobulinas envolvidas. (Ou seja, se o filhote mamou bastante e recebeu bastantes anticorpos).
Esse problema pode ser ilustrado usando-se o exemplo da vacinação de filhotes de cães contra a Cinomose. Os anticorpos maternos, absorvidos no intestino do filhote de cão, atingem os níveis máximos no soro com 12 a 24 horas após o nascimento. Esses níveis, então, declinam lentamente por causa do catabolismo normal de proteínas. Essa taxa catabólica é exponencial e expressa como uma meia-vida. A experiência tem mostrado que, em média, o nível de anticorpos maternos contra a Cinomose nos filhotes de cães cai para níveis insignificantes com cerca de 10 a 12 semanas, embora esse período possa variar de 6 a 16 semanas. Em uma ninhada de cães, a proporção de animais não imunes, portanto, aumenta gradualmente de muito poucos ou nenhum no nascimento, para quase todos com 10 a 12 semanas.
Consequentemente, poucos cães recém-nascidos podem ser vacinados com sucesso, mas a maioria pode ser protegida com 10 a 12 semanas. Se as doenças virais não fossem tão comuns, seria suficiente adiar a vacinação até que todos os filhotes de cães estivessem com aproximadamente 12 semanas, período em que o sucesso pode ser quase garantido. Na prática, um atraso desse tipo significa que uma proporção crescente de filhotes de cães, completamente suscetíveis à doença, estaria sem proteção imune – uma situação inaceitável.
Não é possível vacinar todos os filhotes de cães repetidamente em intervalos pequenos do nascimento até 12 semanas, um procedimento que asseguraria proteção completa; portanto, um meio-termo deve ser alcançado. A menor idade para vacinar um filhote de cão ou gato com uma expectativa razoável de sucesso é com 8 semanas. Os filhotes órfãos privados de colostro podem ser vacinados com 2 semanas de idade. As vacinas essenciais para os filhotes de cães normais deveriam incluir as vacinas contra Cinomose, adenovírus do tipo 2 e parvovírus. Uma segunda dose deveria ser administrada 3 a 4 semanas após a primeira e uma terceira com 14 a 16 semanas de idade. A vacina antirrábica é essencial e deveria ser administrada com 14 a 16 semanas. Em filhotes de gato, o protocolo apropriado seria a utilização de 3 doses das vacinas essenciais (rinotraqueíte viral [vírus da herpes 1], calicivírus e panleucopenia) com 8 a 9 semanas, 3 a 4 semanas depois, e com 14 a 16 semanas; a vacina contra a leucemia felina pode ser administrada com 8 semanas e 3 a 4 semanas depois; e a vacina antirrábica pode ser administrada com 8 a 12 semanas, dependendo do tipo da vacina utilizada.
Considerações semelhantes são aplicadas na vacinação de animais de grande porte. O fator primordial que influencia a duração da imunidade materna é o nível de anticorpos no colostro da mãe. Dessa forma, em potros, os anticorpos maternos contra a toxina tetânica podem persistir por 6 meses, e os anticorpos contra o vírus da arterite equina, por até 8 meses. Os anticorpos contra a BVDV podem persistir por até 9 meses nos bezerros. A meia-vida dos anticorpos maternos contra o vírus da influenza equina e contra os antígenos do vírus da arterite equina nos potros é de 32 a 39 dias. Como nos filhotes de cães, um potro jovem pode apresentar níveis de anticorpos maternos nãoprotetores muito antes de poder ser vacinado. Os anticorpos maternos, mesmo em níveis baixos, bloqueiam eficientemente as respostas imunes nos potros jovens e nos bezerros, de modo que a vacinação prematura possa ser ineficiente. Uma regra de segurança é que os bezerros e os potros não deveriam ser vacinados antes de 3 a 4 meses de idade, seguido por 1 ou 2 reforços com 4 semanas de intervalo. O esquema exato dependerá da vacina utilizada e das espécies a serem vacinadas. Os animais vacinados antes dos 6 meses de idade deveriam ser revacinados sempre aos 6 meses ou após o desmame, para garantir proteção.
Algumas vacinas vivas recombinantes tais como a vacina contra a Cinomose em cães e a vacina contra a influenza em equinos, ambas com o vetor canarypox, parecem ser capazes de sensibilizar efetivamente os animais jovens na presença de uma imunidade materna significativa. As vacinas de DNA contra a pseudorraiva também parecem ser efetivas em sensibilizar as respostas mediadas por células na presença de imunidade materna, enquanto a vacina de DNA contra o vírus sincicial respiratório bovino, não.
Logo, a capacidade das vacinas de DNA em sobrepor a imunidade maternal varia entre as espécies e as infecções.
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